Cortina de ferro
As formas das nuvens
Como personagens infantis
Tão reais na inexistência
Vivos em nossas cabeças,
Como brincadeiras de dominó
Uma queda após a outra
Até restar apenas
A prisão doutrinadora,
Tenho as mãos estendidas
Mas rejeitam a ajuda
Mesmo estando no penhasco
A beira do esquecimento
Perdido e sem equilíbrio,
Tenho o coração aberto
Mas não querem o calor
Mesmo estando no deserto
De algum pólo do planeta
Ferido, com fome e com frio,
Tenho sonhos
mas é fraqueza que sinto,
O vento nos bambuzais
Como se criasse vida
Como se gritasse ao mundo
Tudo o que não queremos ouvir,
Como telefone com barbante
Qualquer elemento é obstáculo
As mensagens distorcidas
E a criatividade egocentrista,
Tenho as ferramentas
Só me resta aprender a usar.
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