Pular para o conteúdo principal


Fantasmas da existência

As árvores formam um túnel
As folhas caem infinitas
Entre os galhos feches de luz
E o corpo está ali,

Pássaros constroem seus ninhos
Formigas em fila serpenteiam
O vento levanta grãos de areia
E o corpo está ali,

A chuva vem calma
A água condensa-se num vermelho claro
O céu escureceu
E o corpo está ali,

O sereno forma gotas
Translúcidas, lúcidas
O inverno sempre é triste
Lágrimas, lástimas...

O mês de maio passa lentamente
As noites são mais longas
Crianças brincam no jardim
E o corpo está ali,

Pessoas começam a chegar
Murmúrios, cochichos
Olhos assustados são juízes
E o corpo está ali,

Respira-se um ar fúnebre
Polícia, bombeiros, repórteres
Mentiras, teorias, humor
E o corpo está ali,

Há um vulto distante
Parado, frio, humano
No país inteiro, só uma lágrima caiu
Pelo corpo que estava ali...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Concentração Até onde vai a maldade humana? Até quando vamos caminhar na lama? São as chamas que consome a carne viva É a dependência vital de sangue fresco O lançamento de toxinas em ogivas A representação do ato pitoresco, O escárnio dos olhares poderosos A indiferença às artes primordiais As crenças, seitas e ritos odiosos A individualidade das decisões finais, Até onde vai a maldade humana? Até quando vamos caminhar na lama? A moradia forçada em todo coração As fibras separadas por lâminas ideológicas O abandono de quem prometeu proteção A degradação ambiental metódica, O abuso incondicional dos inocentes Os atos milimetricamente impensados As notícias medievais recentes As correntes nos pensamentos dos cansados, Até onde vai a maldade humana? Até quando vamos caminhar na lama?
A arte de viver ¨Fragmentado o sonho antes gigantesco Visível o descaso raso e incoerente Que descuidado insiste na face maquiada Da beleza pitoresca da arte inacabada,¨ Encontrei em mim vestígios Sem realce, nem brilho, Cheio de vícios, Procurei ter uma outra visão do mundo Desacreditar de quase tudo, Busquei verdades no telejornal  Conquistei alguém especial, Procurei entender a teoria do caos Busquei provar a todos que sou normal Mas isso é como ter asas e não poder voar Sentir tanta dor e não poder chorar, É a arte de viver, é a face do querer... ¨Fragmentado o sonho antes gigantesco Visível o descaso raso e incoerente Que descuidado insiste na face maquiada Da beleza pitoresca da arte inacabada,¨
Levante e me ilumine Dói, dói muito Dói tanto que chega a amortecer E já não sinto mais nada. Não há como dividir o mesmo horizonte Já que olhamos para lados opostos E sua decisão já foi concretizada Só não quer largar as coisas que está acostumada.