Fantasmas da existência
As árvores formam um túnel
As folhas caem infinitas
Entre os galhos feches de luz
E o corpo está ali,
Pássaros constroem seus ninhos
Formigas em fila serpenteiam
O vento levanta grãos de areia
E o corpo está ali,
A chuva vem calma
A água condensa-se num vermelho claro
O céu escureceu
E o corpo está ali,
O sereno forma gotas
Translúcidas, lúcidas
O inverno sempre é triste
Lágrimas, lástimas...
O mês de maio passa lentamente
As noites são mais longas
Crianças brincam no jardim
E o corpo está ali,
Pessoas começam a chegar
Murmúrios, cochichos
Olhos assustados são juízes
E o corpo está ali,
Respira-se um ar fúnebre
Polícia, bombeiros, repórteres
Mentiras, teorias, humor
E o corpo está ali,
Há um vulto distante
Parado, frio, humano
No país inteiro, só uma lágrima caiu
Pelo corpo que estava ali...
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