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Mostrando postagens de 2016
Concentração Até onde vai a maldade humana? Até quando vamos caminhar na lama? São as chamas que consome a carne viva É a dependência vital de sangue fresco O lançamento de toxinas em ogivas A representação do ato pitoresco, O escárnio dos olhares poderosos A indiferença às artes primordiais As crenças, seitas e ritos odiosos A individualidade das decisões finais, Até onde vai a maldade humana? Até quando vamos caminhar na lama? A moradia forçada em todo coração As fibras separadas por lâminas ideológicas O abandono de quem prometeu proteção A degradação ambiental metódica, O abuso incondicional dos inocentes Os atos milimetricamente impensados As notícias medievais recentes As correntes nos pensamentos dos cansados, Até onde vai a maldade humana? Até quando vamos caminhar na lama?
Mensageiro Um anjo nasce dentro de cada um, Um anjo descansa dentro de nós, Somos moradia, somos abrigo, Somos raros, puros, somos anjos... E mais nada deve ser dito.
Paredes mentais Podem ir, a glória vos espera Não há erros, não há culpas Capaz de disseminar na guerra O amigo a qual sepulta, Vão agora, sejais patriota Não há medo, apenas honra Capaz de ocultar a fome Das crianças que a tem, Em uma tarde cinza  De um mês qualquer Volta um soldado  Dentre tantos que ficaram, E diz: -Você viu o inimigo? -Não meu amigo, não os vi. -São parecidos com você.
Cortina de ferro As formas das nuvens Como personagens infantis Tão reais na inexistência Vivos em nossas cabeças, Como brincadeiras de dominó Uma queda após a outra Até restar apenas A prisão doutrinadora, Tenho as mãos estendidas Mas rejeitam a ajuda Mesmo estando no penhasco  A beira do esquecimento Perdido e sem equilíbrio, Tenho o coração aberto Mas não querem o calor Mesmo estando no deserto De algum pólo do planeta Ferido, com fome e com frio, Tenho sonhos mas é fraqueza que sinto, O vento nos bambuzais Como se criasse vida Como se gritasse ao mundo Tudo o que não queremos ouvir, Como telefone com barbante Qualquer elemento é obstáculo As mensagens distorcidas E a criatividade egocentrista, Tenho as ferramentas Só me resta aprender a usar.
               Liga dos lendários Confundi com cansaço O acordar diário A repetição, o acaso, O mais inútil relicário, Pensar que tem milhões Mas no final ninguém ao lado, Um muro de ilusões Intransponível, adubado, As teclas já sem tom Formando frases ao acaso, Nos fones o mesmo som Trazendo coisas do passado, O que há de errado comigo? Não consigo mais ler um livro Sou indiferente as notícias Esporte, tragédia ou política, O que há de errado com todos? Conhecem um pouco de tudo Mas não sabem a regra do jogo Mais jogado em todo o mundo, Confundi com cansaço Mas é apenas rotina Que consome os meus dias.
Contemplação São as diferenças Que nos fazem iguais, Diante tantas crenças Decidir não ter mais, Veja a onda de ilusões Vem devorando o bom senso Fragmentando soluções Do conhecimento frágil e imenso, Quando tudo é cinismo A contemplação vira mito, Sente-se na beira do abismo Não há nada mais bonito, Corra para um abrigo Mesmo sem temer nada Pois será de um amigo Que virá a primeira facada, Corra para as colinas Perceba que está cercado Cuidado com as minas Com o seu nome marcado, Nas escrituras de textos A arte da pequena ilusão, Os inimigos são os mesmos  Que prometeram proteção, A noite realça as dores Que nas manhãs escondemos, O sorriso de várias cores Que não queremos mas temos, Os valores adequados ao lirismo Que sussurram ao infinito, Sente-se na beira do abismo Não há nada mais bonito.
Três crianças, três mensagens Anjos da noite vieram me falar Com lágrimas de sangue no olhar Que o céu se envolveu em escuridão E a terceira mensagem foi em vão, O eclipse então apareceu E a luz com ele se escondeu, A primeira guerra então se dissipou E foi dado início a era do terror, Onde foi o erro da humanidade? Em que tempo nos perdemos da verdade? Milênios se passaram e ainda existe o mal O vento já desfez as estátuas de sal, Até onde vai a maldade humana? Até quando vamos caminhar na lama? O ódio foi escrito com pedaços do céu E tudo escondido com um falso véu, A coragem então se dissipou E o medo "soberano" reinou. Onde foi o erro da humanidade? Em que tempo nos perdemos da verdade?
Templários Você tem as palavras certas Que me buscam na escuridão Que ferem como navalhas cegas E limpo o sangue das mãos, Uma viagem sem volta Morrer, mas como um herói Notar perdida a multidão E abraçar a morte em vão, Estão tentando me calar Mas isso não vai ser bem assim Tenho um bom motivo para lutar E ninguém vai tirar isso de mim, Ou pela vingança, ou pela esperança Ter de volta a força da vida A glória só é comemorada de um lado O cheque mate sempre deixa alguém em pé, Eles queriam um fantoche imóvel e quieto Mas entendam que já tenho vontade própria E sou bem esperto Para um boneco criado por quem se acha Deus, Estão tentando me calar Mas isso não vai ser bem assim Tenho um bom motivo para lutar E ninguém vai tirar isso de mim.
Colecionador de tempo Uma   tarde calma demais Consigo até ouvir os gritos ancestrais E essa voz dizendo "Vai!" Cuide para que os dias não sejam iguais. Informações a cabo terabyte Recolhendo os pedaços De um tempo esquecido De uma história de descaso, Não vá falar se não for pra mudar... A coragem ficou para trás Onde está a luz do farol do cais E essa sombra nos vendavais São imagens repetidas de anos atrás, Informações gravadas nas rochas Nos papiros, nos cantos dos jornais Os fatos que marcaram época Sem futebol, sem carnavais, Não vá falar se não for pra mudar.